quarta-feira, 4 de dezembro de 2013

ÁRVORE DE NATAL - PARTE FINAL -

............... CONTINUAÇÃO.................

GREG estacionou o carro e franziu o cenho assustado com a presença de uma viatura policial defronte a sua casa. Voltara para casa sozinho, pois deixara as crianças na casa de sua irmã, com a finalidade de buscar MARGAUX para jantarem todos juntos na casa de ANABELLE. Foi STUART, o universitário que residia no anexo da casa quem recebeu GREG, dizendo:
- Sr. GREG, eu cheguei da aula, entrei no anexo.....então...eu precisei falar com a Sra MARGAUX e bati na porta da cozinha....estava aberta e entrei.... aí.aí..... eu encontrei Dona Margaux lá....lá na sala....caída...
GREG correu para sala e deparou-se com a cena: - um paramédico examinava MARGAUX, estendida no chão, aos pés da cadeira da vovó, a árvore de natal com o pisca ligado e um monte de cacos de cerâmica na porta da cozinha. Não precisou falar nada pois o paramédico dirigiu-se a ele informando:
- Infelizmente chegamos tarde....ela teve um enfarte fulminante.... foi o rapaz que a encontrou que nos chamou........
GREG  recebeu a notícia como se tivesse levado um coice no peito...sua cabeça começou a rodar e ele ajoelhou-se abraçando MARGAUX, enquanto as lágrimas vertiam de seus olhos.
- Não....não....não pode ser. Porque isso? Como foi que aconteceu? Por que? – o desespero era visível na voz e na fisionomia de GREG.
O paramédico, experiente nessas situações, fez GREG sentar-se na poltrona da vovó, e aplicou-lhe um leve sedativo intramuscular. Aos poucos GREG foi se acalmando, e apesar da confusão emocional conseguiu responder as questões do policial, enquanto os paramédicos recolhiam o corpo na ambulância que acabara de chegar.
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MARGAUX deixava-se conduzir pelo irmão enquanto respirava o ar carregado de azoto, dando uma impressão de ambiente esterilizado. Em poucos segundos ela se encontrava acolhida por sua vó, e olhem só...Papai e Mamãe...trajando as roupas do seu aniversário de casamento.
Instintivamente MARGAUX sorriu, enquanto lágrimas quentes rolavam pelos seus olhos.
Não haviam palavras, nenhum som era audível mas a comunicação se estabelecia de maneira imediatamente compreensível entre os presentes naquela reunião familiar. Foi vovó que, avançando um passo, abriu os braços e acolheu “uma assustada menininha” num reconfortante abraço. Suas palavras foram objetivas:
- Querida Margaux...você continua a mesma menininha de sempre, apesar de ter perdido algumas sardas.
MARGAUX  sorriu de modo reflexivo enquanto se deixava abraçar. O seu pai disse-lhe em seguida:
- Filha...você sabe onde está e o que te aconteceu ?
Ela simplesmente meneou negativamente a cabeça, alternando o seu olhar assustado entre o pai e a avó. Nesse instante pode identificar a terceira pessoa de forma nítida. Era sua mãe que afirmou-lhe serenamente:
- Meu amorzinho...você está na eternidade. Deixou o mundo físico pois suas tarefas e responsabilidades por lá foram todas cumpridas.
- Mamãe !! – respondeu MARGAUX – eu morri? E GREG? E AS CRIANÇAS? EU....EU...ESTAVA MONTANDO A ÁRVORE DE NATAL.....e de repente senti......
O pai interrompeu  MARGAUX acalmando-a com voz serena:
- Minha filha, a morte inexiste...é apenas uma porta para outra forma de vibração. Lá você precisa de um arcabouço físico...aqui é um ambiente menos denso...portanto esse aparelho físico é dispensável.
Ela ouvia as palavras do pai meneando negativamente a cabeça e murmurando um “não...não... isso não pode ser”.
O comitê de recepção de MARGAUX, ao sentir o seu desequilíbrio energético imediatamente conduziu-a para um pequeno círculo azulado e os quatro espíritos familiares impuseram sobre a fronte de MARGAUX as mãos aplicando-lhe um passe energético e tranquilizador. Ela sentiu-se novamente adormecida e flutuando, enquanto fechava os olhos e se deixava levar.
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O clima era tenso. As pessoas se olhavam, com sorrisos amarelos trocando olhares entre si e olhando com ar de pena para GREG  e os filhos. Era noite de Natal. A árvore estava acesa, piscando suas luzinhas mágicas, os presentes estavam sob ela. A mesa da ceia arrumada porém ninguém havia tocado na comida.
ANABELLE, irmã de GREG, veio da cozinha trazendo a última travessa de empadão e colocando-a sobre a mesa disse para o irmão:
- É GREG...eu insisti para você cancelar essa ceia de Natal. Veja não tem clima. Todos estão enlutados e tristes pela perda de MARGAUX. Veja as crianças....sentadas no sofá...nunca aconteceu isso...sempre estavam a correr pela casa nesse dia...
- Eu sei ANABELLE – interrompeu GREG – mas eu acho que devia isto para MARGAUX. Afinal ela sempre se esmerava muito em montar todo o cenário para a ceia.
ANABELLE concordou e prosseguiu dirigindo-se aos convidados:
- Oi pessoal !! A ceia está servida. Por favor sirvam-se.
Os convidados foram se aproximando da mesa e GREG, colocando-se na cabeceira, levantou a mão dizendo:
- Meus amigos e familiares. Antes de mais nada queria agradecer a presença de todos e fazer uma oração por MARGAUX e por todas aquelas famílias que tem de passar os Natais com a tristeza da ausência de seus entes queridos.
Todos baixaram a cabeça e oraram baixinho seguindo as palavras de GREG:
- Senhor ! Acolhei essas nossas rogatórias, para amenizar, em nossos corações as dores e os percalços da ausência de nossos entes queridos. Derramai sobre nossas cabeças o óleo balsâmico do consolo e reconforta-nos com tua luminar energia. Pedimos especialmente pela nossa querida MARGAUX.... ausente dessa nossa reunião....
E...nesse ponto o caçula JOSHUA interrompendo o pai disse em alto e bom tom:
- Olha lá a mamãe !!!!!! Tá parada na porta  rindo para a gente !!!!!!!!!!!!!!
A comoção foi geral e as lágrimas invadiram os olhos de todos.
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Parada na soleira da porta MARGAUX, amparada pelo irmão GEORGE de um lado e sua avó do outro, sorria – agora tranqüila e energizada –
GEORGE falou-lhe:
- Pronto “maninha” – Eles estão todos aí. Comemorando o Natal, assim como você fazia. Podemos ir ?
MARGAUX assentiu positivamente com a cabeça e todos foram envolvidos por uma suave luz violeta.



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