............... CONTINUAÇÃO.................
GREG estacionou o carro e franziu
o cenho assustado com a presença de uma viatura policial defronte a sua casa.
Voltara para casa sozinho, pois deixara as crianças na casa de sua irmã, com a
finalidade de buscar MARGAUX para jantarem todos juntos na casa de ANABELLE.
Foi STUART, o universitário que residia no anexo da casa quem recebeu GREG,
dizendo:
- Sr. GREG, eu cheguei da aula,
entrei no anexo.....então...eu precisei falar com a Sra MARGAUX e bati na porta
da cozinha....estava aberta e entrei.... aí.aí..... eu encontrei Dona Margaux
lá....lá na sala....caída...
GREG correu para sala e
deparou-se com a cena: - um paramédico examinava MARGAUX, estendida no chão,
aos pés da cadeira da vovó, a árvore de natal com o pisca ligado e um monte de
cacos de cerâmica na porta da cozinha. Não precisou falar nada pois o
paramédico dirigiu-se a ele informando:
- Infelizmente chegamos
tarde....ela teve um enfarte fulminante.... foi o rapaz que a encontrou que nos
chamou........
GREG recebeu a notícia como se tivesse levado um
coice no peito...sua cabeça começou a rodar e ele ajoelhou-se abraçando
MARGAUX, enquanto as lágrimas vertiam de seus olhos.
- Não....não....não pode ser.
Porque isso? Como foi que aconteceu? Por que? – o desespero era visível na voz
e na fisionomia de GREG.
O paramédico, experiente nessas
situações, fez GREG sentar-se na poltrona da vovó, e aplicou-lhe um leve
sedativo intramuscular. Aos poucos GREG foi se acalmando, e apesar da confusão
emocional conseguiu responder as questões do policial, enquanto os paramédicos
recolhiam o corpo na ambulância que acabara de chegar.
.........................................................................................................................................................
MARGAUX deixava-se conduzir pelo
irmão enquanto respirava o ar carregado de azoto, dando uma impressão de
ambiente esterilizado. Em poucos segundos ela se encontrava acolhida por sua
vó, e olhem só...Papai e Mamãe...trajando as roupas do seu aniversário de
casamento.
Instintivamente MARGAUX sorriu,
enquanto lágrimas quentes rolavam pelos seus olhos.
Não haviam palavras, nenhum som
era audível mas a comunicação se estabelecia de maneira imediatamente
compreensível entre os presentes naquela reunião familiar. Foi vovó que,
avançando um passo, abriu os braços e acolheu “uma assustada menininha” num
reconfortante abraço. Suas palavras foram objetivas:
- Querida Margaux...você continua
a mesma menininha de sempre, apesar de ter perdido algumas sardas.
MARGAUX sorriu de modo reflexivo enquanto se deixava
abraçar. O seu pai disse-lhe em seguida:
- Filha...você sabe onde está e o
que te aconteceu ?
Ela simplesmente meneou
negativamente a cabeça, alternando o seu olhar assustado entre o pai e a avó.
Nesse instante pode identificar a terceira pessoa de forma nítida. Era sua mãe
que afirmou-lhe serenamente:
- Meu amorzinho...você está na
eternidade. Deixou o mundo físico pois suas tarefas e responsabilidades por lá
foram todas cumpridas.
- Mamãe !! – respondeu MARGAUX –
eu morri? E GREG? E AS CRIANÇAS? EU....EU...ESTAVA MONTANDO A ÁRVORE DE
NATAL.....e de repente senti......
O pai interrompeu MARGAUX acalmando-a com voz serena:
- Minha filha, a morte
inexiste...é apenas uma porta para outra forma de vibração. Lá você precisa de
um arcabouço físico...aqui é um ambiente menos denso...portanto esse aparelho
físico é dispensável.
Ela ouvia as palavras do pai
meneando negativamente a cabeça e murmurando um “não...não... isso não pode
ser”.
O comitê de recepção de MARGAUX,
ao sentir o seu desequilíbrio energético imediatamente conduziu-a para um
pequeno círculo azulado e os quatro espíritos familiares impuseram sobre a
fronte de MARGAUX as mãos aplicando-lhe um passe energético e tranquilizador.
Ela sentiu-se novamente adormecida e flutuando, enquanto fechava os olhos e se
deixava levar.
.........................................................................................................................................................
O clima era tenso. As pessoas se
olhavam, com sorrisos amarelos trocando olhares entre si e olhando com ar de
pena para GREG e os filhos. Era noite de
Natal. A árvore estava acesa, piscando suas luzinhas mágicas, os presentes
estavam sob ela. A mesa da ceia arrumada porém ninguém havia tocado na comida.
ANABELLE, irmã de GREG, veio da
cozinha trazendo a última travessa de empadão e colocando-a sobre a mesa disse
para o irmão:
- É GREG...eu insisti para você
cancelar essa ceia de Natal. Veja não tem clima. Todos estão enlutados e
tristes pela perda de MARGAUX. Veja as crianças....sentadas no sofá...nunca
aconteceu isso...sempre estavam a correr pela casa nesse dia...
- Eu sei ANABELLE – interrompeu GREG
– mas eu acho que devia isto para MARGAUX. Afinal ela sempre se esmerava muito
em montar todo o cenário para a ceia.
ANABELLE concordou e prosseguiu
dirigindo-se aos convidados:
- Oi pessoal !! A ceia está
servida. Por favor sirvam-se.
Os convidados foram se
aproximando da mesa e GREG, colocando-se na cabeceira, levantou a mão dizendo:
- Meus amigos e familiares. Antes
de mais nada queria agradecer a presença de todos e fazer uma oração por
MARGAUX e por todas aquelas famílias que tem de passar os Natais com a tristeza
da ausência de seus entes queridos.
Todos baixaram a cabeça e oraram
baixinho seguindo as palavras de GREG:
- Senhor ! Acolhei essas nossas
rogatórias, para amenizar, em nossos corações as dores e os percalços da ausência
de nossos entes queridos. Derramai sobre nossas cabeças o óleo balsâmico do
consolo e reconforta-nos com tua luminar energia. Pedimos especialmente pela
nossa querida MARGAUX.... ausente dessa nossa reunião....
E...nesse ponto o caçula JOSHUA
interrompendo o pai disse em alto e bom tom:
- Olha lá a mamãe !!!!!! Tá
parada na porta rindo para a gente
!!!!!!!!!!!!!!
A comoção foi geral e as lágrimas
invadiram os olhos de todos.
.........................................................................................................................................................
Parada na soleira da porta
MARGAUX, amparada pelo irmão GEORGE de um lado e sua avó do outro, sorria –
agora tranqüila e energizada –
GEORGE falou-lhe:
- Pronto “maninha” – Eles estão
todos aí. Comemorando o Natal, assim como você fazia. Podemos ir ?
MARGAUX assentiu positivamente
com a cabeça e todos foram envolvidos por uma suave luz violeta.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
DEIXE AQUI SEU COMENTÁRIO - CRÍTICA OU SUGESTÃO